terça-feira, 4 de junho de 2013

Ministro da Saúde recua em campanha para prostitutas

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recuou sobre uma ação já lançada pela pasta na internet voltada às prostitutas com foco na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Uma das peças da campanha, lançada no último final de semana, "Eu sou feliz sendo prostituta" já aparece como indisponível no link do Twitter do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério.
 
"Enquanto eu for ministro, não acho que seja uma mensagem a ser passada pelo Ministério da Saúde", afirmou Padilha sobre a peça nesta terça-feira (4). Para o ministro, veiculado como possível candidato do PT ao governo de São Paulo, a pasta deve se limitar a divulgar campanhas com foco na prevenção das DSTs.
 
Padilha disse que todas as peças --divulgadas com a logomarca do governo federal e já disponíveis no site e no Twitter do departamento de DST-- ainda dependem de aprovação. "Recebemos várias sugestões, que ainda vão passar por avaliação."
 
Reportagem publicada no site do departamento de DST do ministério na sexta-feira (31), no entanto, afirma que "o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde lança neste fim de semana nas redes sociais mobilização pela visibilidade das profissionais do sexo. A ação com o tema 'Sem vergonha de usar camisinha' celebra o Dia Internacional das Prostitutas, neste domingo (2)".
 
As peças foram produzidas "a partir de uma oficina de comunicação em saúde para profissionais do sexo realizada entre os dias 11 e 14 de março de 2013, em João Pessoa", promovida pelo Ministério da Saúde, como informado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
 
No site do departamento, está disponível um vídeo em que mulheres dizem, olhando para a câmera, "eu sou prostituta", "ser prostituta é o que me define" e "eu sou puta, a minha presença te incomoda?".
 
OUTRO RECUO
 
Essa não é a primeira vez que Padilha recua de campanhas com potencial polêmico.
 
No início de 2012, após descontentamento até da presidente Dilma Rousseff, Padilha recuou da campanha que seria lançada com foco nos jovens gays para a prevenção da Aids no Carnaval.
 
04/06/2013-13h01
 
Cartaz divulgado pelo Ministério da Saúde nas redes sociais; ministro vetou a campanha nacional

Ministério da Saúde faz campanha para reduzir estigma da prostituição

Objetivo é acabar com associação entre prostitutas e infecção pelo HIV. Um dos panfletos da campanha diz: "Sou feliz sendo prostituta".

O Ministério da Saúde lançou nas redes sociais no último final de semana uma campanha pela visibilidade e respeito às prostitutas. O tema da mobilização feita pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais é “Sem vergonha de usar camisinha” e celebra o Dia Internacional das Prostitutas, comemorado no último 2 de junho.
 
A campanha tem o objetivo de reduzir o estigma da prostituição associada à infecção pelo HIV e Aids.
 
A mobilização é composta por panfletos e cinco vídeos protagonizados por prostitutas. Os panfletos trazem frases como “não aceitar as pessoas da forma como elas são é uma violência”; “eu sou feliz sendo prostituta” e “o sonho maior é que a sociedade nos veja como cidadãs”. Um dos vídeos mostra uma prostituta que sonhou ter sido respeitada: “sonhei que sou respeitada, que sou uma flor, uma rosa sem espinhos”, diz a protagonista.
 
O material, feito em uma oficina de comunicação em saúde para profissionais do sexo em João Pessoa (PB), vai circular na internet até dia 2 de julho. A campanha também homenageia Rosarina Sampaio, fundadora da Federação Nacional de Trabalhadoras do Sexo, que morreu no último dia 25 de março.
 
Flyer da campanha pelo Dia Internacional das Prostitutas (Foto: Divulgação)
 
Atualizado em 04/06/2013 09h11