quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Pastoral da Mulher em Juazeiro vai encerrando suas atividades na sede.

Comunidades
A equipe da Pastoral da Mulher - Unidade Oblata em Juazeiro / Ba vem encerrando suas atividades realizadas na sede. Nesta sexta feira, acontecerá a realização das últimas atividades como roda de conversas, cantinho da beleza e celebração dos aniversários.

Oficina de bijuteria

A equipe avaliou que os resultados alcançados foram bastantes positivos no trabalho. As mulheres, em uma breve consulta, também avaliaram todo processo de forma bem satisfatória. Disseram que todas as atividades foram importantes e atrativas para suas participações, destacando as oficinas rápidas,  grupo de teatro, grupo de espiritualidade, comunidades e rodas de conversas.


Grupo de teatro Mariart`s
Grupo de espiritualidade














Para encerramento do trabalho com elas, será realizada no dia 17 de dezembro, a tradicional festa de Natal da Pastoral, no Clube de Cabos e Soldados, a partir das 13:30h.





terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Equipe da Pastoral da Mulher- Unidade Oblata de Juazeiro encerra as abordagens nos locais com homenagens.

Na semana de 08 a 12 de dezembro, a equipe da Pastoral da Mulher estará realizando o encerramento das visitas aos locais de prostituição. As agentes estarão comunicando às mulheres sobre o fechamento das atividades e ainda convidando para a festa de Natal que acontecerá no dia 17 de dezembro, no Clube do Cabos e Soldados.
Como celebração de todo processo vivido neste ano, através das 180 visitas realizadas, as mulheres estarão sendo homenageadas com um colar e pingente com a logomarca da Pastoral e ainda um cartão de Natal. É uma forma carinhosa de agradecer pela acolhida delas nos locais e ainda desejar boas festas, frisando que ano que vem estaremos unidas. 

PASTORAL DE JUAZEIRO PROMOVE O 2º ENCONTRO DOS GRUPOS COMUNITÁRIOS


No dia 3 de dezembro aconteceu em Juazeiro, na Chácara Vitória, o 2º encontro dos grupos comunitários: “Mulheres Borboletas”, do bairro Itaberaba e “GMEL: Grupo Mulheres em Libertação”, do bairro Antônio Conselheiro, ambos acompanhados pela Pastoral da Mulher.

A finalidade do evento foi promover a integração entre as mulheres e avaliar o processo vivenciado durante o ano de 2014.

O desenvolvimento dos trabalhos esteve sob a condução das agentes: Adjany Fernandes, Ana Paula Santos, Joice Oliveira, Maria das Neves e Tamirys Riesenberg.

No primeiro momento do dia, houve um trabalho em grupo, propiciando espaços de reflexão sobre as experiências que vem se dando em cada realidade, onde as participantes destacaram que através dos trabalhos desenvolvidos, obtiveram crescimento, tanto a nível pessoal como grupal, tendo a oportunidade de conhecer outras pessoas, estabelecendo dessa forma, novos laços de amizade.

Do mesmo modo, valorizaram o acompanhamento prestado pela Pastoral, que vem possibilitando uma ação conjunta para a busca de melhorias, a exemplo das mobilizações, através de abaixo assinados onde as mulheres tiveram iniciativas de reivindicação, contatos e articulações com lideranças políticas ou ainda representações governamentais do município.

Dessa forma, as mulheres demonstraram motivação e interesse de seguir a experiência no próximo ano.

Neste dia houve também espaços para o lazer e atividades recreativas, tanto para as mulheres, como para os/as seus/suas filhos/as.

Ao final, foram realizados os agradecimentos procedidos de oração e partilha um saboroso lanche preparado pelos grupos.




quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Pastoral de Juazeiro realiza com as mulheres último encontro de Espiritualidade em 2014.



No dia 27 de novembro, aconteceu na sede da Pastoral o último encontro de espiritualidade do ano com as mulheres, cujo objetivo foi retomar a trajetória vivenciada no decorrer de 2014, identificando os aspectos que marcaram suas vidas neste período.

Dessa forma, as mulheres avaliaram que todos os encontros realizados foram importantes, destacando alguns eventos e temáticas, a exemplo do retiro, realizado no mês de agosto. Para Dulcileide, mulher atendida, “Graças a Deus com os momentos de espiritualidade na Pastoral, eu fortaleci a minha fé e recuperei a minha casa de novo...”

Diante das experiências vivenciadas, se confirma a grande valorização dessa dimensão no processo das mulheres, onde estas enfatizaram que através dos espaços de partilha e oração em grupo, tiveram a oportunidade de externarem seus pedidos e agradecimentos diante dos fatos ocorridos em seus cotidianos.

Neste encontro, também abordou-se o tema alusivo ao dia 20 de novembro - Dia da Consciência Negra, favorecendo reflexões acerca da realidade do Brasil, que apesar de ser visto como um país de diversidades, é ao mesmo tempo, o país de desigualdades.

Por essa razão, foi refletido em grupo que é necessário buscarmos seguir os passos de Jesus, que se fundamenta no amor ao próximo, através de gestos e atitudes diárias, como o respeito às diferenças entre todas pessoas, rejeitando qualquer tipo de discriminação de raça, credo ou posição social. 

Ao final, cada mulher recebeu uma singela lembrança, simbolizando o compromisso e a participação que foram experimentados neste ano de 2014.

“Por tudo o que tens feito, Por tudo o que vais fazer
Por tuas promessas e tudo o que és, Eu quero te agradecer
Com todo o meu ser ... Te Agradeço meu Senhor”


Pastoral da Mulher, unidade Oblata em Juazeiro/BA realiza avaliação 2014.

Nos dias 12 e 13 de novembro, a equipe da Pastoral da Mulher, Juazeiro/BA, realizou a avaliação anual 2014, com a participação da Irmã Oblata Lucia Alves e assessoria de Daniel Rech.

Foi possível avaliar os resultados alcançados, através dos dados qualitativos e quantitativos, a partir das atividades executadas, como também a opinião das mulheres acompanhadas, no que diz respeito as atividades que participaram durante o ano.


Os projetos foram desenvolvidos em três eixos: atendimento, assessoramento e defesa e garantia de direitos, com os objetivos: contribuir para a prevenção da incidência e reincidência de violação de direitos, possibilitar condições de acesso à rede de serviços e a benefícios assistenciais, fortalecer a participação, autonomia e protagonismo das mulheres, ampliar o conhecimento público sobre a realidade das mulheres em situação de prostituição, promover a articulação das instâncias e espaços de participação democrática e capacitar a equipe técnica para a intervenção na realidade das mulheres.


Assim de janeiro a outubro de 2014, 603 mulheres foram atendidas na sede, abordagem, comunidades e visita domiciliar, totalizando 7082 atendimentos; como também a população em geral foi sensibilizada a partir de 166 socializações de conhecimentos midiáticos, através do blog da Pastoral da Mulher, site das Irmãs Oblatas e o programa de rádio Participação e Comunhão, com a área de abrangência do alto e médio vale do São Francisco, a média é de 82.000 aparelhos ligados; tendo a fonte do PROPEG (Agência de Publicidade e Propaganda da Bahia).


Os trabalhadores sociais participaram de 25 formações, favorecendo na atuação da realidade das mulheres, com também foram mediadores em 15 espaços externos, facilitando no debate referente aos aspectos que envolvem as mulheres.

Com isso, foi perceptível que o trabalho está sendo desenvolvido com êxito, alguns desafios permanecem e novos surgem, porém acredita-se que é a partir dos mesmos que novos rumos podem ser trilhados.




Oficina de Informática é mais uma etapa concluída na Pastoral da Mulher de Juazeiro.


Após três meses de encontros, que aconteciam duas vezes na semana, foi encerrado no final novembro a “II oficina de Informática” realizada na Pastoral da Mulher – Unidade Juazeiro BA.
Durante a oficina, houve momentos de conversas sobre os níveis educacionais, ou seja, a alfabetização e escolaridade do público. O que ainda é um dos desafios para o aprendizado e a inserção das mulheres no mercado de trabalho, como também no gerenciamento de seus empreendimentos. Esse fato chamou a atenção de algumas mulheres para a reflexão sobre o retorno à escola, para darem continuidade aos seus estudos, haja vista que a maioria das atendidas na Pastoral não cursou, sequer, o ensino fundamental.
Algumas mulheres participaram de um momento avaliativo ao final da atividade. Dora Duarte, mulher acompanhada pela Pastoral e que frequentou a oficina, contribuiu com seu relato: “Esse ano para mim foi proveitoso, pude aprender muita coisa na Pastoral. A oficina de informática me deu mais segurança para me lançar no mercado de trabalho, porque antes eu não sabia ligar e desligar o computador”.
Dessa forma, avaliando e percebendo as necessidades das mulheres, a Pastoral pretende, em 2015, dar continuidade da atividade com mais novidades, pois, nessas aulas, as mulheres participantes obtiveram conhecimentos básicos que serão úteis para o mercado de trabalho, e também para a vida. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER - DENUNCIAMOS


25 DE NOVEMBRO - DIA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA MULHER
ENTRE NESTA LUTA COM A GENTE.
DENUNCIE.

PASTORAL DA MULHER - UNIDADE OBLATA DE JUAZEIRO

No Dia da Não Violência contra a Mulher, ONU inicia ações de combate à opressão.

  • 25/11/2014
Helena Martins - Repórter da Agência Brasil 
mulheresMovimento feminista comemora em 25 de novembro o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher - Arquivo/Agência Brasil
Uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual, cerca de 120 milhões de meninas já foram submetidas a sexo forçado e 133 milhões de mulheres e meninas sofreram mutilação genital, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Embora essas violações sejam comuns ao cotidiano de milhares de mulheres, muitas vezes elas se tornam invisíveis ou são tratadas como algo relativo à esfera familiar. Para romper esse silêncio, desde 1981 o movimento feminista comemora, com luta, em 25 de novembro, o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.
Neste ano, a ONU Mulheres, organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero, iluminará o prédio da entidade em Brasília e também a sede principal, em Nova York, com a cor laranja. A iluminação é uma das atividades que serão promovidas de hoje (25) até o dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, no âmbito dos chamados 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero.
Representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman diz que a data contribui para a inserção da luta contra a violência na agenda política. “É uma data que tem sido importante para mobilizar tanto o governo quanto a sociedade civil e colocar na pauta dos meios de comunicação esse problema, que é muito grave entre as mulheres”, explica.
No Brasil, a programação é diversa. Hoje, no Rio de Janeiro, haverá exposição de grafite, oficina e roda de conversa sobre violência contra a mulher. Amanhã será a vez de um debate na internet sobre os compromissos assumidos pelos países para enfrentar a violência, além das políticas públicas para garantir os direitos das mulheres. Nos dias 26 e 27, serão realizadas oficinas e debates, em Brasília e João Pessoa, com juízes e outros operadores de Justiça sobre a adaptação do Protocolo Latino-Americano para Investigação das Mortes por Razões de Gênero à legislação brasileira. A programação seguirá em dezembro e pode ser conferida no site da ONU Mulheres.
A representante da organização no Brasil destaca que, neste ano, a campanha também alerta para o cumprimento da Plataforma de Ação de Pequim, cuja aprovação completará 20 anos em 2015. Fruto da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, a plataforma listou 12 áreas de trabalho, como Mulheres e Pobreza e Mulheres e a Mídia, e apontou ações concretas que deveriam ser desenvolvidas pelos países signatários para promover a igualdade de gênero.
Em relação à violência, considerava que essa violação “constitui obstáculo a que se alcance os objetivos de igualdade, desenvolvimento e paz”, nos termos da declaração. Quase 20 anos depois da aprovação do texto, mais de dois terços dos países aprovaram leis contra a violência doméstica, em decorrência das propostas elaboradas em Pequim, segundo a ONU. As leis, contudo, não têm sido cumpridas a contento, na avaliação da organização. Além disso, o objetivo de “prevenir e eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e meninas” segue distante.
“Há toda uma questão da prevenção da violência contra as mulheres que tem a ver com os estereótipos de gênero e as relações entre homens e mulheres, além das leis, políticas e planos, os quais têm que ser formulados. Também é preciso ter recursos, tanto humanos quanto financeiros [para sua implementação]”, diz Nadine.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Equipe da Unidade Oblata de Juazeiro prepara avaliação anual.

A equipe da Unidade Oblata em Juazeiro se prepara para sua avaliação anual que ocorrerá nos dias 12 e 13 de novembro com a presença de Daniel Reich, assessor externo da instituição e Ir. Lúcia, integrante da equipe de coordenação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor - Região Sul.  

Será possível rever toda a caminhada realizada durante o ano com as mulheres, apontando os resultados alcançados, desafios surgidos e encaminhamentos necessários para aprimorar a atuação do trabalho em 2015.

PASTORAL DE JUAZEIRO PROMOVE O 5º ENCONTRO DE MULHERES

Nos dias 28, 29 e 30 de outubro aconteceu na Chácara Virgínia, em Petrolina-PE, o 5º Encontro de Mulheres, com o tema: “Tecendo histórias, construindo caminhos”, contando com a participação de mulheres assistidas pelas Unidades Oblatas de Juazeiro e Salvador - BA.
O objetivo do evento foi promover espaços de reflexão acerca dos processos de vida, partindo da identificação de elementos que favorecem crescimentos pessoais e grupais, fortalecendo dessa forma a dimensão do ser mulher, enquanto protagonistas de suas histórias.
O desenvolvimento dos trabalhos contou com a condução dos psicólogos: Alexandre Barreto e Miriam Duarte e das agentes Ana Paula Santos (Pedagoga) e Fernanda Lins (Assistente social e coordenadora da Pastoral). Outras agentes das Unidades, também estiveram contribuindo para a condução do evento, sendo da Unidade de Juazeiro: Adjany Fernandes, Ellen Sabrina e Maria das Neves; Unidade de Salvador: Rosilene Ferreira e Ir. Maria do Rosário.
O evento foi realizado por meio da seguinte programação:



28/10 

Noite:
Abertura do encontro - Celebração e Mística, conduzida por Maria das Neves;

29/10
Manhã:
Trabalhos conduzidos por Miriam Duarte, abordando: Ser Mulher;
Trabalho conduzido por Ana Paula, abordando o tema: “Tecendo Histórias, construindo caminhos”.
Tarde:
Trabalho conduzido por Alexandre Barreto: Partilha de Histórias de Vida;
Noite:
Noite Cultural

30/10
Manhã:
Trabalho conduzido por Fernanda Lins;
Tarde:
Momento livre para lazer e encerramento.



As mulheres avaliaram positivamente o encontro, valorizando a experiência do convívio grupal, e a oportunidade de partilharem suas histórias de maneira livre, sem receios de julgamentos, mas de acolhida e respeito mútuo.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Brasil cai 9 posições em ranking de igualdade de gênero

Fonte: BBC Brasil

O Brasil caiu nove posições em um ranking de igualdade de gênero divulgado pelo "Fórum Econômico Mundial", grupo conhecido pelas reuniões que realiza em Davos. O país aparece agora na 71ª colocação na lista. Em 2013, ocupava a 62ª posição.
A organização avaliou as diferenças entre homens e mulheres na saúde, educação, economia e indicadores políticos em 142 países.
A Islândia ocupa o topo do ranking, seguida por outros países nórdicos.
Apesar de ter mantido a igualdade entre homens e mulheres nas áreas de saúde e educação, o Brasil perdeu posições nos índices que medem participação feminina na economia e na política.
A maior queda ocorreu na avaliação que considera salários, participação e liderança feminina no mercado de trabalho.
Neste índice, a pontuação do Brasil caiu de 0,656 para 0,649 - quanto maior perto de 1, maior a igualdade entre os gêneros. A nota zero indica desigualdade total.
O Brasil foi da 74ª para a 81ª posição nesta lista. Segundo o relatório, houve uma "ligeira queda na igualdade salarial e renda média estimada" para mulheres no Brasil.
Apesar de estar em uma colocação pior, a nota individual do Brasil evoluiu desde que o índice começou a ser divulgado. Em 2006, a nota do país era 0,604.

Política

Outro índice que fez o Brasil perdeu posições no ranking foi o de "empoderamento" político das mulheres.
O quesito contabiliza mulheres no Congresso, em posições ministeriais e na chefia de Estado.
Neste índice, o Brasil perdeu colocações na comparação com outros países, apesar de ter melhorado sua nota individual.
A nota brasileira foi de 0,144 para 0,148. Porém, como outros países evoluíram mais, o país passou da 68ª para 74ª posição no ranking.
A curva de participação feminina na política brasileira mostra uma nítida ascensão desde a chegada da presidente Dilma Rousseff à Presidência, em 2011. Ela foi a primeira mulher a governar o país.
Em educação o Brasil atingiu a nota 1, o que significa que não há desigualdade entre homens e mulheres. A eliminação nas desigualdades na educação vem desde 2012. Na saúde, o país pontua 0,98 - o que o coloca em 1º lugar, empatado com outros países- desde o início da divulgação do ranking, em 2006.
O relatório destaca que o Brasil conseguiu fechar 70% da lacuna entre os gêneros.
"A queda do Brasil em nove colocações, ficando em 71º, aconteceu mesmo tendo fechado com sucesso ambas as lacunas entre gêneros no nível educacional e de saúde e sobrevivência. Sua prioridade agora deve ser de garantir retornos em seus investimentos através do aumento da participação feminina na área de trabalho", diz o relatório.

Poucos avanços

As cinco primeiras posições do ranking são ocupadas por países nórdicos.
Em 6º lugar, aparece a Nicarágua, o país mais bem colocado da América Latina há três anos.
Logo depois, em 7º, aparece Ruanda. Segundo o relatório, o país tem "grande pontuação em termos de participação econômica e política".
Entre os países dos BRICS, a África do Sul é a mais bem colocada (18º), "devido à forte participação política". Depois do Brasil aparecem Rússia (75º), China (87º) e Índia (114º).
O documento do Fórum Econômico Mundial destaca que os avanços em todo o mundo foram pequenos. A brecha entre homens e mulheres ainda está em 60%, e em 2006 era de 56%. Nesse ritmo, levará 81 anos para o mundo fechar essa brecha completamente.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Mulheres se preparam para encontro em Juazeiro.

A Unidade Oblata em Juazeiro prepara as mulheres para a realização do V encontro "Tecendo histórias, construindo caminhos" que será realizado entre os dias 28, 29 e 30 de outubro. Como de costume, será uma momento para as mulheres atendidas refletirem suas histórias de vidas e compartilhando, poderão fazer um processo de entreajuda.

Durante a realização dos encontros anteriores, as mulheres tem trazido que gostam muito destes momentos porque se sentem unidas e saem fortalecidas sobre suas questões de vida. As dinâmicas também favorecem para os aprofundamentos e ainda os momentos de descontração também ajudaram nas relações onde já aconteceram até de superarem desentendimentos.

Neste não será diferente. Acontecerão momentos profundos de reflexão pessoal e ainda momentos de confraternização.  Os mesmo serão conduzidos pelos psicólogos Alexandre Barreto e Valquíria Brito. Também as agentes Ana Paula e Fernanda Lins conduzirão um momento com as mulheres.



Grupo Mariart`s se prepara para atividade atrativa sobre regulamentação da prostituição.

Cumprindo o planejamento previsto para as abordagens, a equipe da Unidade Oblata de Juazeiro se prepara para tratar o tema da regulamentação nos locais acompanhados, com o objetivo de promover a informação sobre o assunto considerando todos os lados em que a lei aborda.

Para melhor entendimento deste tema que é tão complexo, as agentes pensaram em utilizar o lúdico através de encenação teatral da cartilha que foi elaborada como material informativo para o momento.
A cartilha está elaborada em forma de gibi com o dialogo de duas mulheres sobre o assunto e assim será feito nos locais.

O grupo Mariart`s estará realizando este teatro de maneira bem animada, com falas da realidade das mulheres e ainda caracterizadas de maneira bem chamativa para prender a atenção do público. Para isso todas elas receberam uma formação sobre o tema pelas agentes Ellen Sabrina e Tamirys Velasco neste mês de outubro para servir de informação pessoal sobre o assunto e ainda saberem envolver o tema nos diálogos.

Ainda sobre a atividade atrativa, após o momento teatral comas mulheres, as agentes responsáveis pelas áreas abordadas entrarão em seguida para conduzir o momento de debate com as demais mulheres.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Equipe da Unidade Oblata de Juazeiro se prepara para atividade atrativa nos locais de prostituição.

Na última quarta feira, dia 01 de outubro, as agentes da Unidade Oblata de Juazeiro estiveram reunidas estudando o tema da Regulamentação da Prostituição a fim de refletir sobre ele nos locais abordados na cidade.

 
A ideia é a equipe discutir o tema com as mulheres, enriquecendo o conhecimento delas e ainda discutindo as dúvidas e certezas que muitas já apresentam, pois já é visto que a maioria possuem um posicionamento inicial. Segunda a pesquisa realizada em 2013, das 120 mulheres entrevistadas, 59% responderam que são a favor da regulamentação contra 35% que disseram ser contrárias. 6% não souberam responder.
 
 
O momento foi conduzido pela coordenadora Fernanda Lins que facilitou o estudo disponibilizando o projeto de lei PL 4.211/2012 (Lei Gabriela Leite), um vídeo do deputado Jean Wyllys explicando a lei, textos diversos com vários posicionamentos a respeito da regulamentação, o posicionamento de alguns países frente a prostituição e o  depoimento de Sandra Sanchez no vídeo "Nenhuma mulher nasce para puta".

 
Em seguida, as agentes pensaram nas estratégias de abordagem nos locais, sendo uma delas a de levar um encenação teatral sobre o tema com as mulheres do grupo de teatro Mariart`s. Além disso, um material informativo será distribuído. Trata se de uma cartilha em formato de gibi, com um diálogo entre duas mulheres sobre a regulamentação.
 
 
A previsão de inicio dos trabalho será para a segunda quinzena de outubro.

Unidade Oblata de Juazeiro fecha ciclo de debate sobre tráfico de pessoas.

Dia 30 de setembro foi a data da última palestra realizada nos colégios estaduais da cidade sobre o tráfico de pessoas. Neste dia, as agentes Ellen Sabrina e Railane Delmondes foram ao Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, palestrar sobre o tema para as turmas de terceiro ano do ensino médio.

Outras mais duas escolas foram contempladas com esta ação onde as demais agentes se dividiram para refletir sobre a temática. Em suma viu se que as pessoas já não estão tão alheias com relação a este problema e isso atribuem a exibição da novela "Salve Jorge" que muito trouxeram como exemplo nas formações. Também atribuiu se à Campanha da Fraternidade que considerou o tema do tráfico de pessoas para ser discutido nas comunidades e demais espaços.

A equipe avalia que foi bastante positivo apesar das escolas não manifestarem o desejo de realizar ações de continuidade sobre este assunto. Porém conseguiu sensibilizar mais a ocorrência deste tipo de crime como ainda distribuir materiais informativos para leituras como o Jornal da Rede e outras cartilhas.





quinta-feira, 25 de setembro de 2014

23 de Setembro: dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças



Enfrentar o Tráfico de Pessoas é nosso Compromisso, com este lema a Rede um Grito pela Vida assume a luta contra o tráfico de pessoas, atuando com determinação e persistência na prevenção, na atenção as vítimas e na  incidência politica.

  Neste dia 23 de setembro, dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, a Rede Um grito Pela Vida, faz ecoar o seu grito pelo respeito á vida, á liberdade e á justiça.  Realiza, através de seus núcleos, em parceria com organizações afins, nos diferentes Estados e Municípios do País, uma série de atividades formativas e de mobilização social (cursos, encontros, seminários, atos públicos, marchas, coletivas de imprensas...), visando coibir a inserção de novas pessoas neste mercado do crime. Alertando a sociedade sobre a gravidade desta realidade, que configura uma das abomináveis  violações de direitos humanos,  e reflete as profundas contradições históricas e sociais da sociedade neoliberal, na qual o culto ao dinheiro, ao prazer e  o poder está acima das pessoas. 
 
            O dia 23 de setembro é marcado Internacionalmente pelo Enfrentamento da Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. A origem desta lembra historicamente a promulgação, na Argentina, no dia 23 de setembro de 1913, da “Lei Palácios”. A primeira lei que punia quem promovesse ou facilitasse a prostituição, a exploração e tráfico de mulheres e crianças. Esta lei inspirou muitos outros países a legislar com o intuito de garantir  direitos e proteger as crianças e mulheres contra esta prática  de exploração comercial. Essa prática da Argentina foi sendo valorizada e incluída na pauta de luta das organizações, e no dia 23 de setembro de 1999, na Conferência Mundial da Coligação Contra o Tráfico de Mulheres, que aconteceu em Dhâka, Bangladesh. A data foi instituída, como dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças.
 
            Nas últimas décadas, tem-se dado passos significativos no que tange as legislações dos países, no intuito coibir o ingresso e/ou defender e proteger as mulheres e crianças traficadas para exploração sexual, mas, infelizmente a inoperância na execução das leis e a impunidade continuam e os números atestam a cada ano,  significativo aumento  dos casos de exploração e tráfico de mulheres, crianças e adolescentes  para fins de exploração sexual.  
 
            Segundo os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) o número de pessoas traficadas no planeta para este fim, atinge a casa dos quatro milhões anuais. E o Brasil é um dos países campeões no mundo em relação ao fornecimento de pessoas, particularmente mulheres para o tráfico internacional. Estima-se que 700 mil mulheres e crianças passam todos os anos pelas fronteiras internacionais do tráfico humano.  E o Brasil é o país é responsável por 15% das pessoas exportadas da América Latina para a Europa[1].
 
              Durante a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, houve aumento de 30% nos casos de exploração sexual de crianças e adolescentes e o número de mulheres para a prostituição no país aumentou em 40 mil. No Brasil, embora esta realidade seja bastante subnotificada, dados divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos, meses antes da realização da copa do mundo, revelaram que o Disque 100, no período de 2003 – 2011 registraram 275.638 denúncias de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes; do total, 27.664 referem-se a casos de exploração sexual de meninas e meninos, em  média de 294 denúncias por mês. Informações da Agencia Brasil registram um “aumento significativo” no número de casos de exploração sexual de crianças no Brasil.  Eles destacam que as denúncias de crimes dessa natureza aumentaram 41% em relação ao mesmo período do ano passado durante o período da Copa do Mundo. O número saltou de 524, de 12 de junho a 13 de julho do ano passado, para 740 no mesmo período deste ano.
 
             Essas informações demonstram as que as muitas Campanhas de Prevenção realizadas durante a copa do mundo, dentre elas a campanha Jogue a Favor da Vida: Denuncie o Tráfico de Pessoas, organizada pela Rede Um grito pela Vida, contribuíram para o aumento das denuncias e estas por sua vez demonstraram que houve crescimento nos casos de exploração sexual e possivelmente tráfico de mulheres e crianças durante a Copa do mundo no Brasil especialmente nos estados de maiores atrações turísticas e fluxos populacional. 
 
              Segundo a Associação Barraca da Amizade, instituição que desenvolve programas de enfrentamento à exploração sexual de crianças, adolescentes e jovens, através do Projeto Reviver. Constatou-se, a exploração sexual de crianças e adolescentes que foi uma realidade constante nas ruas e principais corredores turísticos de Fortaleza, sobretudo no entorno da Arena do Castelão e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e nas proximidades da rampa de lixo do bairro Jangurussu. Em três anos, o crescimento foi de 163%. Esse percentual distribui-se assim: Adolescentes e jovens representam 59% dos 142 casos identificados em 2013. Contudo, aponta o levantamento, esse número pode ser ainda maior, já que 36% das pessoas abordadas não informaram a idade exata, seja por medo de repressão ou desconfiança com as equipes do projeto. No que diz respeito ao gênero, 55% são mulheres, sendo 35% meninas com idade entre 15 e 17 anos e 65% na faixa etária de 18 a 26 anos. Já os 45% do sexo masculino possuem entre 14 e 26 anos, dos quais 42% são travestis.[2]
 
                  Conscientes desta realidade, a Rede um Grito pela Vida, segue sua missão no enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. E neste, 23 de setembro reafirma sua determinação de continuar realizando ações cada vez mais incisivas e contundentes para dar visibilidade e coibir esta pratica criminosa do tráfico de pessoas, especialmente de mulheres e crianças. Reassume o compromisso de lutar pela superação das causas geradoras desta iníqua realidade que ofende e violenta a vida e de inúmeras  mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade: a pobreza, a falta de oportunidades de trabalho, a discriminação de gênero, a violência doméstica, a instabilidade política e econômica de países, a migração forçada, a pornografia midiatizada,  a falta de uma legislação adequada e efetiva.
 
                Queremos, neste dia de luta, celebrar nosso compromisso reconhecer  as conquistas já alcançadas, alertar a sociedade civil, e chamar poder público ao compromisso, a sair da inalterabilidade, a priorizar e executar as políticas públicas de Enfrentamento ao Tráfico Humano, a ir além dos documentos e a não ficarem só como um “dever cumprido” antes da virada eleitoral. 
 
                Nesse sentido vale ressaltar as palavras proféticas do Papa Francisco, que convoca a todos/as nós Igreja, Vida Religiosa Consagrada, Sociedade civil e poder publico a superação da cultura de indiferença e da inercia:
Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para  remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc.” [3] 
 
               Papa Francisco também instiga a comunidade cristã e a sociedade em geral a se comprometer no enfrentamento desta desafiadora realidade, que gera uma brutal desumanização e ruptura das relações de FRATERNIDADE:
Quem dera que se ouvisse o grito de Deus perguntando a todos (as) nós: Onde está teu irmão, tua irmã?[4] Onde está teu irmão/a escravo/a? Onde está teu irmão, tua irmã que estás matando a cada dia na pequena fábrica clandestina, nas redes de prostituição, nas crianças usadas para a mendicidade, naquele/a que tem que trabalhar as escondidas porque não foi regularizado/a?”[5]
 
               Ele faz ainda,  uma forte provocação,  um chamado à conversão a fim de darmos uma basta  a cumplicidade com este “abutre social” ,  o nome que se poderia dar hoje a este crime, já que está minando a vida de milhares de pessoas [6]·. Não façamos de conta que não é conosco... Há muita cumplicidade... Onde está teu irmão/a? A pergunta é para todos/as! Nas nossas cidades está instalado este crime mafioso e aberrante e muitos/as tem as mãos cheias de sangue por causa de uma muda e cômoda cumplicidade.[7]
 
               Queridas irmãs e irmãos, integrantes da Rede Um Grito pela Vida, parceiros/as na caminhada, sigamos firmes na luta, façamos deste 23 de setembro um dia intenso de manifestação da nossa fé comprometida com a vida e a dignidade humana e a cidadania.              Façamos ecoar nas casas, nas escolas, nos centros comunitários, nas praças e nas ruas  nosso Grito Pela Vida com nossas mãos entrelaçadas na Rede da solidariedade e da profecia que nos lança cotidianamente no enfrentamento ao tráfico de pessoas. 

Ir. Manuela Rodríguez Piñeres (OSR) e Ir.  Eurides Alves de Oliveira
Pela equipe de Coordenação.
Rede um Grito pela Vida
gritopelavida.blogspot.com
gritopelavida@gmail.com

[1] Cfr. Artigo de Eurides Alves de Oliveira(ICM) e Manuela Rodríguez Piñeres(OSR), 2013
[3] Mensagem do Papa Francisco para abertura da CF 2014.
[4] Gén 4, 9
[5] PAPA FRANCISCO, Evangelho da Alegria, N° 211 pág. 125.
[6] NOGUERO, Neive(2013) A doença me curou, pág. 44, Ed Elisie, São Paulo, Brasil
[7] PAPA FRANCISCO, Evangelho da Alegria, N° 211, pág. 125,
Nota: Alguns fragmentos deste texto foram extraídos da matéria da mesma autora, publicada no site das Irmãs Oblatas para o Informativo da Rede de Pastoral Oblata- Ações da rede - Edição N° 10, Ano 4- Setembro/2014I.nformativo da Rede

 

Unidade Oblata de Juazeiro realiza semana de palestras sobre tráfico de pessoas nas escolas de Juazeiro.

Em reflexão ao Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, a Unidade Oblata em Juazeiro iniciou um ciclo de palestras em três escolas públicas do município. A primeira foi realizada no dia 24 de setembro pelas agentes Joice Oliveira e Ana Paula Santos no Colégio Pedro Raimundo Rego.

Os alunos que participaram do momento formativo faziam parte do EJA, contemplando jovens e adultos, homens e mulheres. Percebeu se que alguns já sabiam do que se tratava sobre a questão do tráfico de pessoas mas a maioria ainda é desconhecedora sobre o assunto. 

As agentes, além de bater um papo bem descontraído para melhor assimilação do tema, distribuíram materiais informativos que abordavam o conceito de tráfico e suas características e ainda o Jornal da Rede Oblata, com as informações sobre as ações de combate e de divulgação do trabalho.

Outras palestras serão nos dias previstos com as seguintes agentes responsáveis:

  • 25/09 - Colégio Agostinho Muniz - Railane e Adjany
  • 30/09 - Colégio Estadual Luis Eduardo Magalhães - Fernanda e Sabrina     

Mulheres se mobilizam contra crimes brutais em município paraibano



Adital

Nesta quinta-feira, 25 de setembro, será julgado o mentor do estupro coletivo ocorrido na cidade de Queimadas, Estado da Paraíba, Eduardo dos Santos Pereira. Há dois anos e sete meses, os paraibanos e paraibanas se viram diante de um crime de extrema violência contra as mulheres do agreste do Estado. O crime aconteceu no dia 12 de fevereiro de 2012. Em pleno carnaval, cinco mulheres foram atraídas para um aniversário, que se transformou numa cena de crime bárbaro, com o estupro e assassinato de duas mulheres, Isabela Pajuçara, de 27 anos, e Michelle Domingos, 29. O crime teria sido minuciosamente planejado por 10 homens, entre eles três menores de idade.

Eduardo dos Santos Pereira, mentor dos crimes, vai a júri popular

O crime teria sido "oferecido” por Eduardo dos Santos Pereira, ex-cunhado de uma das mulheres assassinadas, a seu irmão Luciano dos Santos Pereira, e planejado com pelo menos uma semana de antecedência, havendo o conhecimento de todos os envolvidos. Como num típico enredo de filme de terror, foram compradas cordas, fitas adesivas, máscaras, entre outros acessórios, para a tortura e destruição física das mulheres.
Diante da realização do julgamento, organizações feministas e de mulheres, além de familiares das vítimas, se mobilizam para exigirem justiça pelo crime hediondo, que refletiria o machismo e a misoginia que ainda resistem na sociedade brasileira. Além da manifestação no Fórum Criminal de João Pessoa, capital do Estado, as mulheres e familiares pedem que todas e todos utilizem as redes sociais dizendo #somostodasetodosmulheresdequeimadas.
"Pedir Justiça parece ser insuficiente perto da dimensão de desumanidade e dos detalhes frios, cruéis e selvagens que envolveram este dia de violência”, declara Lourdes Meira, militante da União Brasileira de Mulheres.
Muita pressão foi realizada pelos movimentos pedindo justiça. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher do Congresso Nacional visitou a Paraíba e diagnosticou a situação de vulnerabilidade das mulheres em Queimadas e seu entorno. "Como podem tratar mulheres como objetos dessa maneira?”, diz, indignada, Ana Laura Vilela, militante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) da Paraíba.
"Pelo machismo, pela injustiça cometida, pela maldade, pela covardia, por cada parte de seus corpos que foram destruídos até a última gota de sangue derramada, eu clamo por justiça!”, desabafa Isânia Monteiro, irmã de Isabela Pajuçara, uma das mulheres assassinadas.
Movimentos de mulheres e familiares se mobilizam para exigir punição dos envolvidos

No dia 13 de junho deste ano, foi informado que o júri popular do mentor do crime e do assassinato das duas vítimas, Eduardo dos Santos Pereira, foi transferido para a comarca de João Pessoa. Esta era uma das principais reivindicações dos movimentos de mulheres que acompanham o caso, por compreenderem que isso evitaria interferência nos rumos do julgamento por causa das relações familiares, políticas e socioeconômicas que os acusados mantêm na região. Eduardo está sendo acusado de duplo homicídio qualificado, estupro, porte ilegal de arma, corrupção de menores, formação de quadrilha e cárcere privado.
Desde que a Marcha Mundial das Mulheres começou atuar no caso – há dois anos e meio – verificam-se relatos constantes da cultura de violência combinada com silêncio e medo em Queimadas. "Apesar da pouca atenção da imprensa, os movimentos feministas e de mulheres têm sido fundamentais para dar visibilidade ao caso, pressionar e demonstrar a indignação diante da violência contra as mulheres, fato reconhecido pelas famílias das vítimas”, afirma a MMM/PB.
Ainda em 2012, seis dos autores do crime foram condenados por estupro, cárcere privado e formação de quadrilha, a uma pena que somada corresponde a 186 anos de prisão. O último réu a ser julgado é Eduardo, acusado de ter sido o idealizador do crime e executor das vítimas assassinadas.
Quanto aos demais envolvidos, em sentença dada no dia 23 de outubro de 2012, pela juíza Flávia Baptista Rocha, da Comarca de Queimadas, os seis sentenciados foram condenados. Luciano dos Santos Pereira a 44 anos de prisão; Luan Barbosa Casimiro, a 27 anos; Fernando França Silva Junior, a 30 anos; Jacó Sousa, a 30 anos; José Jardel Souza Araújo, a 27 anos; e Diego Domingos, a 26 anos e seis meses. Todos estão cumprindo pena em regime fechado no presídio de Segurança Máxima PB1. A diferenciação nas penas deve-se ao fato de que as condutas criminosas de cada um dos autores foram consideradas separadamente. No caso dos menores, a medida socioeducativa em regime de internação pode durar até três anos e está sendo cumprida no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, condição que pode ser reavaliada dependendo do comportamento deles.

Caso Ana Alice

O assassinato da estudante Ana Alice Valentim ainda aguarda julgamento

Ainda durante o desenrolar do caso de Queimadas, aconteceu o assassinato de Ana Alice de Macedo Valentim – adolescente de 16 anos, estuprada e assassinada em 19 de setembro de 2012 por Leônio Barbosa de Arruda. Segundo informações dos moradores da cidade, é comum as mulheres serem estupradas, mortas ou acordarem de madrugada na rua, sem saberem como foram parar lá. Portanto, o que, em princípio, seria um crime localizado, parece ter trazido à tona a conjuntura vivida pelas mulheres da região. "A família das vítimas, até hoje, é tratada como culpada; é, frequentemente, agredida nas ruas e pelas redes sociais por parte da população queimadense, que inverte o papel das vítimas pelas dos agressores”, denuncia Íria Machado, da Marcha Mundial das Mulheres da Paraíba.
Ana Alice era militante do Polo da Borborema e, no dia 19 de setembro de 2012, quando voltava da escola, foi sequestrada e barbaramente violentada. Seu corpo foi enterrado na Zona Rural do município de Caturité, só encontrado 50 dias depois. Desde o desaparecimento da jovem, foi formado o Comitê de Solidariedade e pelo Fim da Violência Contra a Mulher Ana Alice, composto por mais de 30 organizações rurais e urbanas. Foi por meio da pressão e da mobilização criada em torno do Comitê, que o caso pôde ser investigado e solucionado, com a prisão dos envolvidos.
Uma nova mobilização para exigir justiça pelo crime será realizada no próximo dia 07 de novembro, data do sepultamento de Ana Alice. A manifestação lembrará todas as mulheres vítimas de violência no Estado.
Segundo Claudionor Vital, um dos advogados da família de Ana Alice, que acompanha o caso, o processo criminal está aguardando a sentença de pronúncia por parte do juiz Antonio Gonçalves Ribeiro Junior, da 1ª Vara Mista de Queimadas, a quem cabe a condução dos processos para apuração dos crimes de competência do Tribunal do Júri. "Pelas provas existentes, estamos confiantes de que o réu seja pronunciado e submetido ao Júri Popular”, afirma o advogado.
Entre os familiares, a expectativa é de que o réu receba uma punição exemplar: "Esperamos que ele receba a pena máxima, até porque a gente precisa disso para se sentir segura e também para servir de exemplo para outros marginais. Infelizmente, o que aconteceu com Ana Alice já aconteceu, mas a gente pode evitar que aconteça com outras mulheres”, desabafa Angineide Macedo, mãe de Ana Alice.
O caso
Ana Alice foi sequestrada quando voltava para casa depois da aula. Foi estuprada e violentamente assassinada pelo vaqueiro Leônio Barbosa de Arruda, à época com 21 anos. Seu corpo foi enterrado próximo à residência do assassino, na fazenda onde ele trabalhava, zona rural de Caturité. A adolescente permaneceu desaparecida até que, nas imediações de sua comunidade, uma nova mulher foi raptada e violentada, sendo encontrada apenas no dia seguinte com marcas de esganadura, escoriações e amputação parcial da orelha direita. Ainda muito traumatizada, ela foi capaz de reconhecer o criminoso (e vizinho) e o denunciou à polícia com a ajuda do Comitê de Solidariedade Ana Alice. O assassino foi preso e confessou o crime contra a vizinha e contra Ana Alice. Confessou, inclusive, que, no crime contra Ana Alice, não agiu sozinho, teve a ajuda de um cúmplice, à época, menor de idade.
Ana Alice e a outra mulher não foram as únicas vítimas. No início de 2012, ao sair de um baile de carnaval, ele violentou uma jovem de Boqueirão. De posse de uma arma, obrigou que ela entrasse em seu carro e a estuprou. Um mês depois, após prestar depoimento do primeiro caso na delegacia desse município, tentou fazer nova vítima também em Boqueirão, agora uma adolescente de 14 anos, que teve sorte diferente, quando um amigo a libertou da tentativa de estupro.