quinta-feira, 29 de maio de 2014

Grupo Mariart´s se prepara para apresentação em Salvador


O grupo de teatro Mariart´s, acompanhado pela Pastoral da Mulher de Juazeiro, se prepara para mais uma apresentação. Desta vez será na capital baiana, no seminário "Prostituição - Faces e Interfaces de um contexto complexo" que será realizado pela Unidade Força Feminina no dia 30 de maio.

O tema abordado será sobre o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual onde trarão em cena a vivência dessa problemática por mulheres traficadas e questionamentos sobre o enfrentamento. Esta apresentação já vem sendo realizada em outros espaços de discussão na cidade, a exemplo da Universidade Anhanguera em Juazeiro.

Na oportunidade o grupo contará com 6 mulheres que participam deste processo e ainda serão acompanhadas pelas agentes Tamirys Velasco e Fernanda Lins. 

PARCEIROS DO CBHSF CONVIDAM JUAZEIRENSES PARA CAMPANHA EM DEFESA DO SÃO FRANCISCO




Jornalistas dos estados que compõem a bacia hidrográfica do rio São Francisco (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), mais o Distrito Federal, estiveram reunidos ontem (28.05) em Brasília (DF), a convite do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, para participar da coletiva de imprensa de lançamento da campanha “Eu Viro Carranca Pra Defender o Velho Chico”. O evento objetiva promover o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, marcado para a próxima terça-feira, dia 03 de junho. Na coletiva que aconteceu no Hotel Mercure, o CBHSF informou sobre as manifestações conjuntas que serão realizados no dia 03 de junho nos municípios da bacia, bem como expôs a atual realidade e problemas enfrentados nas quatro regiões fisiográficas da bacia, que são: Alto, Médio Submédio e Baixo São Francisco.
Em Juazeiro, os parceiros do Comitê, Ademir Fernandes (Secretaria Municipal do Meio Ambiente), Ênio Silva (Coletivo da Ilha) e Érica Daiane (Irpaa) que também fazem parte da organização da campanha no Vale do São Francisco concederam entrevista no programa Geraldo José (Transamérica FM) quando anunciaram as ações no dia 03 de junho, em ‘Defesa do Velho Chico’: barqueata ecológica – cortejo de barcos – na cidade de Três Marias (MG); caminhadas, plantação de mudas e palestras sobre educação para as águas nos municípios de Bom Jesus da Lapa (BA), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE); além de peixamento à beira do rio e “entrega simbólica” de água também ao Velho Chico, agendada para acontecer na cidade de Penedo (AL). Haverá uma caminhada em Juazeiro, com saída do bairro Angari, às 14 h, até a orla, na altura do Vapor Saldanha Marinho

terça-feira, 27 de maio de 2014

Agentes da Pastoral da Mulher de Juazeiro realizam formação para professores em Sobradinho/BA


As Agentes realizaram a formação sobre Tráfico de Seres Humanos
A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo (2003), define tráfico de pessoas como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.
Segundo a ONU, o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo. Desse valor, 85% provêm da exploração sexual.
Há tráfico de pessoas quando a vítima é retirada de seu ambiente, de sua cidade e até de seu país e fica com a mobilidade reduzida, sem liberdade de sair da situação de exploração sexual ou laboral ou do confinamento para remoção de órgãos ou tecidos.
Diante desses fatos, no dia 11 de maio, Fernanda Lins e Adjany Fernandes, Agentes a Pastoral da Mulher de Juazeiro – Unidade Oblata que, junto a Rede Oblata, atua no combate ao Tráfico de Seres Humanos, estiveram no Auditório do Memorial da Chesf em Sobradinho, a convite do Padre Valmir Colombo, para uma manhã de palestra aos professores da rede municipal de ensino, onde discutiram o tema e trouxeram casos reais que ilustraram a realidade do Tráfico de Pessoas no Brasil e no mundo.
O evento foi uma realização entre a Paróquia São Francisco e a Secretaria de Educação do município, através da Secretária Ducilene Kestering. E após a formação, os professores discutirão um projeto com ações de sensibilização para a problemática que envolve o Tráfico de Seres Humanos.
O Prefeito de Sobradinho - Luiz Berti Filho, Padre Valmir, Ducilene Kestering (Secretária de Educação) e as Agentes da Pastoral da Mulher de Juazeiro, Adjany Fernandes e Fernanda Lins.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mulheres refletem sobre o trabalho em atividade na Pastoral

A Pastoral da Mulher realizou no último dia 19 de maio uma atividade alusiva ao dia do trabalhador, celebrado tradicionalmente no dia 1º de maio. O objetivo da mesma foi fazer com que as mulheres refletissem suas percepções sobre a questão do trabalho no sistema em que vivemos. Também foi estimulado que elas se percebessem enquanto trabalhadoras nas diversas funções que já exerceram ou exercem, seja nas modalidade formal ou não formal.
Em suma, refletiram que não há trabalho para homens e mulheres. Todas podem exercer qualquer tipo de trabalho. Destacaram ainda a inclusão dos deficientes, onde sabem que existem a garantia para  estas pessoas.
Muitas partilharam suas experiências de trabalho, dizendo que começaram ainda muito cedo em serviços domésticos e na área da agricultura, considerando de grande importância para  suas vidas. Sobre a prostituição classificaram como trabalho onde a mulher não deve se discriminar por estar exercendo esta atividade. Relataram os problemas mais vividos como os calotes, exploração dos donos dos bares e a discriminação.
Finalizando o momento, as mulheres trouxeram suas expectativas em relação ao trabalho estando diretamente ligado a realização de seus sonhos. 



Brasil terá prostitutas estrangeiras durante Copa, diz site



Não é novidade que a Copa do Mundo criou muitas oportunidades de trabalho para os brasileiros.
Desde a construção dos estádios, até o setor hoteleiro, muitas pessoas se beneficiaram com o evento. 
Agora, até mesmo estrangeiros estão enxergando uma possibilidade de levantar um dinheiro a mais. Segundo o site TMZ, prostitutas virão de outros países ao Brasil para trabalhar durante o torneio.
O site conversou com prostitutas norte-americanas e holandesas, que confirmaram que estão animadas pela grande oportunidade de fazer um "dinheiro fácil" no Brasil. Elas ainda ressaltam o fato de que a prostituição é legal no País, o que facilita as coisas.
Já as canadenses não devem aderir a esse movimento. Segundo um grupo de defesa de prostitutas do Canadá, os números não valem a pena. O gasto acaba ficando muito alto e "há muita competição para viajar ao Brasil sem nada concreto", disseram ao site.
Além de prostitutas, outras profissionais também utilizam a Copa para alavancar sua carreira. Modelos e atrizes pornôs costumam aparecer nessa época, seja tentando acertar o placar das partidas ou apenas incentivando suas respectivas seleções. 


Ministra das Mulheres e ministros de Cidades e Turismo lançam campanha “Violência contra as Mulheres - Eu ligo”

Data: 21/05/2014

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), Eleonora Menicucci, e os ministro das Cidades, Gilberto Occhi, e do Turismo, Vinicius Lages, lançam nesta quinta-feira (22/05), às 10 horas, na sede da SPM-PR em Brasília, a campanha nacional “Violência contra as Mulheres - Eu ligo”.

A campanha tem a participação das atrizes Luana Piovani e Sheron Menezzes. O evento incluirá o lançamento do aplicativo Clique180, desenvolvido pela SPM-PR e ONU Mulheres, com apoio da Embaixada do Reino Unido.

O evento ocorre na sala de Cinema do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), localizado no Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, lote 22. 

Lançamento da campanha nacional “Violência contra as Mulheres - Eu ligo” e do aplicativo Clique 180

Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB)--Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, lote 22. Sala de Cinema.
Confirmações pelo tel. 61-3313-7468.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Breve: Seminário sobre tráfico de pessoas em Juazeiro



A Pastoral da Mulher de Juazeiro estará realizando mais um seminário, desta vez com o tema "Tráfico de Pessoas". O evento terá como objetivo discutir esta problemática, fazendo a ser considerada como uma realidade nos dias atuais e ainda propor políticas que venham a diminuir a vulnerabilidade das pessoas, evitando que sejam vítimas deste tipo de crime.
Além disso outros temas atrelados serão discutidos como exploração infanto-juvenil, os impactos da copa do mundo e realização de grandes eventos em nossa região.  Aguardem!!!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Pastoral da Mulher de Juazeiro celebra Dia das Mães junto às mulheres atendidas

O mês de maio, considerado o mês das mães, sempre conta com atividade especial preparada pela equipe da Pastoral da Mulher de Juazeiro - Unidade Oblata, que comemorou o dia dedicado às Mães, homenageando aquelas que são atendidas pela instituição.
O evento que aconteceu no clube Cabos e Soldados, contou com a participação dos filhos e mulheres atendidas na abordagem, sede da Pastoral e no trabalho comunitário.
As crianças participaram do “Cantinho dos filhos”, onde foi desenvolvido pelas agentes da Pastoral, com apoio da psicóloga, um momento reflexivo sobre a relação mãe e filho, reforçando os valores que deviam ter para com suas referidas mães. Em seguida produziram cartões e cartazes homenageando as mães.
A tarde foi animada por uma Drag Queen, embalada por muitas músicas, danças, brincadeiras, entrega de brindes e logo após foi realizado o bingo, sorteando kit de beleza, prancha para cabelo e um liquidificador.
Elaine, mulher atendida fez uma homenagem às mães cantando e recitando uma poesia, momento de muita emoção, pois algumas mulheres se emocionaram; neste momento todas foram acolhidas, fortalecidas e valorizadas enquanto mulheres.
O momento foi finalizado com a partilha do jantar.

Confira algumas fotos desta animada celebração:

 


terça-feira, 6 de maio de 2014

Grupo Mariart`s prepara mais uma apresentação teatral

O grupo de teatro Mariart`s vem preparando mais uma nova apresentação. Desta vez abordará o tema de tráfico de pessoas, voltado para fins de exploração sexual.
Inicialmente as agentes Joice Oliveira e Tamirys Velasco fizeram uma formação sobre o tema através de discussões, apresentações de vídeos e encenações sobre como acontece este crime. 
Em suma, elas conseguiram muito bem falar sobre a problemática inclusive reconhecendo algumas ocorrências de tráfico que aconteceram em seus meios, como o caso de uma delas que relatou dizer que seu irmão foi traficado por um casal de chilenos quando ainda morava em Manaus. Outra ainda disse que recebeu uma proposta do namorado de ir para os Estados Unidos, porém não aceitou. 



Os ensaios continuarão em todo mês de maio e tem como previsão de estreia no seminário sobre tráfico de pessoas que a Pastoral estará realizando em junho. Também estarão disponíveis para apresentação em vários outros lugares.


   

Políticas para mulheres no Nordeste


Lucia Barbosa durante abertura do Encontro de OPMs em Salvador
Representantes da Bahia, Sergipe, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão saem fortalecidas com as discussões acerca da gestão de políticas públicas no campo da promoção da igualdade de gênero, realizadas durante encontro em Salvador, nesta terça (29) e quarta (30). No Encontro de Gestoras de Organismos Governamentais de Políticas para as Mulheres (OPMs) da Região Nordeste foram debatidos temas como desafios na execução das políticas para as mulheres, avanços e dificuldades na efetivação dessas iniciativas, com intercâmbios sobre experiências locais e regionais.
Para titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), Vera Lúcia Barbosa, sediar os debates foi uma oportunidade de trocar experiências para avançar nas políticas voltadas à área. “Eventos como este apontam desafios e orientam nossa caminhada na execução das políticas de gênero”, afirmou no evento, que também reuniu representações do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Ministério Público (MP), secretarias estaduais de Segurança Pública (SSP-BA), de Assuntos para a Copa (Secopa-BA), Prefeitura de Salvador e União de Municípios da Bahia (UPB), no Othon Palace Hotel, bairro de Ondina, na capital baiana.
Na opinião da secretária de Articulações Institucionais e Ações Temáticas da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), Vera Soares, é importante que as gestões observem a pluralidade das mulheres para as quais trabalham. “Somos totalmente defensoras das politicas universais, mas precisamos entender, também, que se não levarmos em conta as diferenças entre as mulheres negras, indígenas, homossexuais, vamos reproduzir descriminações. Temos que tornar a nossa politica um pouco mais complexa e considerar esse conjunto diverso no qual está constituído a sociedade”.
Getoras de OPMs da Bahia participam de encontro
Experiências – Uma das presentes foi a gestora da Coordenadoria Especial de Políticas para as Mulheres de Campina Grande, na Paraíba, Marli Castelo Branco, que relatou as experiências exitosas no município, a exemplo do projeto de assessoria jurídica desenvolvido junto às mulheres em situação de prisão na Penitenciária Feminina local. “São 70 internas com as quais executamos um trabalho de inclusão e garantia da dignidade”, relatou a gestora, no evento que contou com a participação de quase 200 pessoas. Promovidos pela SPM-PR e viabilizados através de parceria com OPMs locais, os encontros regionais agora seguem para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país, de acordo com a programação do Governo Federal.
*Fotos: Kleidir Costa/SPM-BA

[DOCUMENTO] ‘Que um grito de gol não abafe a nossa história.’

Artigos - Opinião
05.05.2014


Carta do I Encontro dos/das Atingidos/as – Quem perde com os Megaeventos e Megaempreendimentos

Reunidos em Belo Horizonte no "I Encontro dos(as) Atingidos(as) – Quem perde com os Megaeventos e Megaempreendimentos”, de 1 a 3 de maio de 2014, constatamos que as violações geradas a partir dos megaprojetos e da saga privatista é comum em todas as cidades-sede da Copa 2014. Afirmamos que a Copa e as Olimpíadas estão a serviço de um modelo de país e de mundo que não atende aos interesses gerais do povo trabalhador e dos setores oprimidos pelo sistema capitalista. A Lei Geral da Copa, inconstitucional e autoritária, escancara que o Estado funciona a serviço das corporações e das empreiteiras. Abaixo expressamos algumas dimensões do sofrimento do nosso povo, potencializados pelos megaeventos como a Copa e as Olimpíadas.

Moradia
A Copa intensificou aumento dos despejos e remoções violentas nas cidades brasileiras. Duzentos e cinquenta mil pessoas com suas famílias estão sendo desestruturadas, levadas para longe de seus lugares de origem, causando impactos na saúde, na educação, no transporte público, além da violência física e psicológica. Tem gente com depressão, se endividando, esperando por soluções que nunca chegam. São vítimas da especulação imobiliária que expulsa os pobres das áreas do seu interesse.
Histórias semelhantes de violências contra populações ocorrem em todo o território brasileiro. Não pedimos essa Copa da Fifa. Mais do que barrar a Copa, queremos barrar os despejos e remoções no Brasil. Nossa luta é antes, durante e depois da Copa, para que nenhuma família brasileira sofra a violência e humilhação de um despejo ou remoção forçada. Decidimos sair deste encontro com uma grande união para barrar os despejos e remoções no Brasil. Sairemos juntos daqui numa articulação permanente, e assim estaremos mais fortes. Por um Brasil sem despejos! Brasil sem remoção! Respeito ao cidadão!

Trabalhadores e trabalhadoras ambulantes, catadores e da construção civil
Defendemos e valorizamos os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras ambulantes vítimas das arbitrariedades da Fifa e do governo, como a imposição da Lei Geral da Copa que proíbe o comércio de produtos nas proximidades dos estádios. Enfrentamos a repressão por parte das prefeituras municipais que estão "higienizando” as cidades licitando para que grandes empresas controlem as ruas. A Lei Geral da Copa estabelece zonas de exclusão de 2 quilômetros no entorno das áreas da Fifa, estádios e áreas oficiais de torcedores com telões, onde apenas os patrocinadores oficiais poderão comercializar. É necessário fortalecer canais de comunicação para denunciar os casos de impedimento de trabalho e violações ao direito dos ambulantes. Também propomos um boicote aos patrocinadores da Copa, em solidariedade aos ambulantes.
Denunciamos também que as prefeituras tem dificultado o trabalho de catadores e catadoras de resíduos sólidos nas cidades-sede da Copa. Na construção civil a velocidade da execução das obras produziu 8 mortes nas arenas da Copa e mais 3 em outros estádios, e uma infinidade de acidentes graves. Exigimos que se intensifique o controle sobre a segurança dos operários nos canteiros de obra e a garantia plena de seus direitos trabalhistas, como o direito à greve.

Comunicação e Cultura
A comunicação é um direito humano, desrespeitado pela mídia hegemônica e pelo Estado. O oligopólio dos meios de comunicação invisibiliza e tenta calar as lutas populares. Os mesmos que detêm o poder político e econômico, utilizam a mídia para fomentar uma sociedade mercantilizada, excludente, cheia de preconceitos e opressões. Reforçando o extermínio da população negra com a criminalização da pobreza e a esteriotipação da mesma. Enquanto as reais consequências da Copa da Fifa no Brasil são ocultadas.
Reivindicamos a democratização dos meios de comunicação, a partir da revisão do marco regulatório da mídia, incluindo uma revisão da atual regulação das rádios comunitárias para que de fato a comunicação seja um direito humano, que vocalize a realidade do povo brasileiro e que seja diversa, popular e emancipadora. Defendemos o respeito aos midiativistas e à imprensa popular e independente.

Mulheres
As violações históricas sofridas pelas mulheres são acirradas com a Copa. Denunciamos o aumento da exploração sexual e do tráfico de mulheres, o acirramento da mercantilização do corpo feminino - exposto como disponível em diversas campanhas publicitárias, como a da Adidas, tornando-as mais vulneráveis a estupros e assédios de diversas ordens. Atingindo majoritariamente à mulher negra, através da precarização do trabalho e estereótipos mantidos pela mídia e todos os aparatos institucionais.
Pessoas em situação de prostituição também são alvo da violência do Estado, que se intensifica no período da Copa do Mundo com a higienização forçada das ruas, principalmente nas cidades-sede. Ademais, as experiências das Copas da África do Sul e da Alemanha demonstram que os megaeventos mercantilizam as vidas e os corpos das mulheres. O Brasil não pode fazer parte da rota! As mulheres trabalhadoras continuam a ser exploradas e mesmo nas falas críticas às péssimas condições de trabalho, as companheiras são invisibilizadas. Continuaremos na luta por melhores serviços públicos e equipamentos urbanos de qualidade – políticas universais de mobilidade, saúde, moradia e educação são pautas feministas e merecem total atenção.

Diversidade Sexual
Pretendemos também estreitar os laços com os movimentos LGBTT, para somar espaços na luta pelo respeito à diversidade sexual antes, durante e depois da Copa.

Desmilitarização
A repressão do Estado às manifestações populares que questionaram a Copa intensificou o caráter de militarização da segurança pública pautada na identificação dos movimentos sociais como "inimigos internos”. Isto contribuiu também para dar mais força ao processo histórico de extermínio da juventude negra e da periferia pela polícia. A juventude deve ser respeitados em seu direito a se manifestar. O Brasil está vivendo uma escalada autoritária, onde governo e Congresso buscam criminalizar movimentos sociais. Devemos promover lutas contra as leis antiterrorista e antimanifestações. Defender a anistia dos processados e uma Campanha Nacional pela desmilitarização da Polícia Militar e desarmamento das Guardas Municipais.
O povo palestino foi atingido diretamente pela Copa do Mundo no Brasil, uma vez que há um fluxo importante de financiamento saídos dos cofres públicos para o complexo industrial-militar israelense, sustentando a política do genocídio e o apartheid contra os palestinos.

Comunidades Tradicionais
Entendemos que as injustiças aplicadas aos povos originários e tradicionais se agravam com os megaeventos. O projeto de desenvolvimento trazido com esses eventos impede a demarcação e titulação de nossas terras. O número de lideranças das comunidades tradicionais que estão sendo exterminadas e a intensificação dos conflitos entre indígenas e ruralistas são exemplos disso. A mesma situação enfrenta os/as pescadores/as de áreas extrativistas de pesca que perdem seus territórios de vida ameaçados pela especulação imobiliárias, hotéis, construção de portos, etc.
Vivemos hoje um contexto urbano, onde as lutas das cidades ganham muito mais pauta, mas entendemos que a mesma força que tira o direito à moradia é a que não deixa demarcar os territórios. Repudiamos a PEC 215/00 e outros mecanismos que visam impedir novas demarcações e titulações e abrem precedente para a revisão dos territórios já legalizados. Para enfrentar esta violência, os povos  se organizam em mobilização nacional como forma de resistência, numa agenda de luta conjunta que culminará no Encontro Nacional Indígena e Quilombola, entre 25 e 29 de maio, em Brasília. Pela soberania dos povos aos territórios!

Megaeventos e a financeirização da Natureza
A Copa de 2014 está sendo apresentada como copa sustentável, gol verde, parques da copa, copa orgânica, carbono zero, enfim, uma maquiagem verde que busca invisibilizar as violações de direitos, colocando a compensação como fato consumado e validando a economia verde e a mercantilização da natureza como mais uma falsa solução. Haja visto a quantidade de árvores que estão cortadas nas cidades da Copa, defendemos a campanha "Quantas copas por uma Copa? Nem mais uma árvore cortada!”

Crianças e adolescentes
Crianças e adolescentes estarão em situação de extrema vulnerabilidade durante a Copa em virtude das férias escolares, associadas à ausência de políticas públicas. Destaca-se a desvirtuação do papel do esporte, que passa por um duplo processo de elitização. Primeiro, como mercadoria pouco acessível, com ingressos e produtos caros. Segundo, como prática restrita a espaços privados e a setores privilegiados da sociedade. Neste contexto, as grandes máfias da exploração e do tráfico de pessoas poderão atuar com muita facilidade. É necessário e urgente criar campanhas de combate à exploração sexual e ao tráfico de pessoas nas escolas da rede pública, rede hoteleira, proximidades dos estádios e nas regiões turísticas. Deve ser incluída a capacitação dos profissionais do turismo e da rede hoteleira, o fortalecimento e ampliação das políticas de promoção dos direitos das mulheres e crianças e adolescentes. Não à redução da idade penal.

Mobilidade Urbana
Diante do cenário de modelo mercadológico de gestão da cidade, é fundamental reconhecer a bandeira da Tarifa Zero e da PEC 90 (transporte como direito social) como passos para se criar condições para efetivação do direito à cidade e da participação popular na gestão das cidades. Combatemos o modelo de mobilidade urbana que privilegia o transporte rodoviário em detrimento do transporte de massa, ciclovias, etc. Combatemos também a privatização das cidades e de seus espações públicos como praças, ruas, etc.

População de Rua
A organização da Copa do Mundo tem uma política social para a população de rua: abandono das políticas integradas, fechamento de equipamentos de assistência social (albergues e abrigos) e o aumento da violência e repressão das forças da segurança pública (Guarda Civil, Polícia Militar, etc.). O intuito é expulsar e coibir a população de rua das regiões centrais das cidades-sede da Copa do Mundo, gerando clima de insegurança e medo do que pode ocorrer antes, durante e depois dos jogos. Pelo fim do recolhimento e internação compulsórios.

Copa das Mobilizações
Diante de todo este cenário de violações e demandas concretas das comunidades e populações atingidas, é necessário fazer desta a Copa das Mobilizações. Não queremos a violência do Estado, mas a garantia e o fortalecimento dos direitos. Estar nas ruas durante a Copa do Mundo é um ato de fortalecimento da democracia e de avanço de um novo modelo de país que avance na participação direta do povo e na construção de políticas públicas efetivas em favor da justiça e igualdade social. Conclamamos a população a fazer desta a Copa das Mobilizações, mostrando ao mundo a força e a alegria do povo brasileiro em luta!

"Copa sem povo! Tô na rua de novo!”
Só a luta transforma!! #copapraquem

ANCOP – Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa