O título desta entrevista é inspirado em um dos livros que a teóloga Ivone Gebara escreveu. E diz sobre um caminho - de vida - que a freira percorre ao lado do feminismo
Ivone Gebara não abre mão de ser freira e de ser feminista; duas identidades, aparentemente, conflitantes. “Ser freira filósofa e teóloga crítica me ajuda a ser feminista à minha maneira... Ser feminista me ajudou a rever os ideais e propostas éticas do cristianismo”, une, nesta entrevista por email.
Ela não nega as contradições e interpretações que lhe atravessam o caminho até as liberdades que ainda busca. Liberdades, leia-se no feminino plural e também no “direito dos rios, das florestas e seus habitantes a viverem nesse planeta”. Ivone escreve sobre tudo isso, há uma vida. E a palavra vivida diminui a distância entre as teorias e o cotidiano. “Deus não é ‘sobre’ o mundo, mas misturado ao mundo”, compreende a teóloga.