quarta-feira, 6 de junho de 2018

Prostitutas de Bruxelas fazem greve em protesto após assassinato de colega


Profissional do sexo se exibe em vitrine próxima à estação Nord, em Bruxelas: Vitrines onde prostitutas se exibem e oferecem seus serviços amanheceram fechadas em Bruxelas
     © Getty Images Vitrines onde prostitutas se exibem e oferecem seus serviços amanheceram fechadas em Bruxelas
 
Ao chegar à estação Nord de Bruxelas nesta quarta-feira, os passageiros dos trens não verão pelas janelas as luzes de neon que caracterizam a "zona vermelha", a região central da capital belga onde se concentram bordéis e cabines de prostituição.
 
As prostitutas declararam greve e prometem manter fechadas as vitrines onde costumam expor seus corpos à espera de clientes.
 
Com o movimento inédito, querem protestar contra a crescente falta de segurança para exercer seu trabalho, regularizado como profissão pela legislação belga.
 
A decisão foi tomada depois do assassinato de uma colega na madrugada de terça-feira.
 
A vítima, uma imigrante nigeriana de 23 anos, foi apunhalada várias vezes em uma rua do bairro e ainda não há pistas sobre os autores do crime.
 
"Pedimos a todos os trabalhadores do sexo que podem permitir-se que parem de trabalhar ou expliquem a seus clientes o motivo de sua comoção", convocou o sindicato do setor (UTSOPI).
 
Mulheres em 'bairro do sexo' de Bruxelas: Profissionais do sexo querem mais segurança© Getty Images Profissionais do sexo querem mais segurança

'Polícia não está nem aí'

Segundo a organização, as prostitutas de origem africana se sentem discriminadas e abandonadas pela polícia local.
 
"Quando acontece alguma coisa, nós ligamos e a polícia aparece uma hora depois, quando já é tarde demais. A polícia não está nem aí porque somos negras", acusou uma delas, que pediu para não ser identificada, em entrevista à televisão pública RTBF.
 
A emissora denunciou, no início do ano, os abusos que sofrem as trabalhadoras do sexo originárias da Nigéria, muitas delas obrigadas a prostituir-se para reembolsar dívidas contraídas para chegar à Europa.
 
"Elas têm que trabalhar sem parar porque têm dividas de até 20 mil euros para pagar. Se não, colocam em risco suas vidas e a de suas famílias", afirma Sarah De Hovre, diretora do centro Pag-Asa, que ajuda vítimas de tráfico humano.
 
Nos últimos meses, a polícia belga multiplicou as batidas de fiscalização e desmantelou várias redes de tráfico e de proxenetismo na capital, principalmente no "bairro da luz vermelha".
 
Se a prostituição como atividade privada é legal na Bélgica, beneficiar-se da prostituição alheia é um crime.
 
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UTSOPI se reunirá nos próximos dias com as autoridades belgas para discutir como melhorar a segurança dos trabalhadores do sexo.

Fonte: http://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo/prostitutas-de-bruxelas-fazem-greve-em-protesto-ap%c3%b3s-assassinato-de-colega/ar-AAyhDDx?li=AAggXC1&ocid=1PRCMSRT

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