Aconteceu na manhã do dia 21/03, na sede da Pastoral, a 1ª Edição do "Café sem preconceitos", que teve como tema: "Mulheres invisíveis - um olhar sobre a prostituição feminina e políticas públicas no Brasil.
O
evento teve como objetivo envolver a sociedade em geral nas discussões sobre a
realidade da prostituição e problemas vividos pelas mulheres que estão
nesse contexto, bem como oportunizar reflexões sobre as situações de
violências, preconceitos e exclusões que se encontram presentes no mencionado
cenário.
A primeira parte do debate foi conduzido pela Doutora em Ciências Sociais, professora da UNIVASF e militante feminista Paula Galrão, que discorreu sobre políticas públicas e igualdade de direitos, fazendo um recorte histórico sobre o surgimento das políticas e suas interfaces, dando um enfoque no processo de lutas das mulheres por igualdade e acesso aos direitos dentro de um contexto patriarcal de sociedade.
Dando continuidade à discussão e fazendo um link com o que Paula Galrão abordou, Fernanda Lins, Coordenadora da Pastoral da Mulher, apresentou um olhar sobre a prostituição feminina, público alvo da atuação da rede Oblata no Brasil, abordando o percurso histórico de lutas dos movimentos sociais, o surgimento das organizações de prostitutas e as negações dentro de um Estado com discurso moral que muitas vezes nega o acesso destas ás políticas públicas e a garantia de direitos Humanos. Após esse momento foi apresentado o resultado de uma pesquisa sobre violência realizada pela Rede Oblata no Brasil, com o intuito de construir perspectivas para o enfrentamento de situações de violência relacionadas a este público. A partir do contato, intervenção e aplicação da pesquisa nos espaços de prostituição, foi possível constatar cotidianamente relatos de violências sofridas pelas mulheres, sendo ocasionados tanto nos seus espaços domésticos, como nos espaços onde exercem a prostituição (bares, mercados públicos, posto de combustível, hotéis, ruas e etc.).
Constatamos
que a maioria das mulheres sofrem os mais variados tipos de violências, pelo
fato de serem mulheres e prostitutas, sendo essas violências atravessadas pelo
machismo, sexismo e desigualdade de gênero presentes na nossa sociedade. Temos a
necessidade de ampliar os espaços de discussão e enfrentamento à violência,
envolvendo organismos de políticas para as mulheres, instituições públicas e
privadas, ONGs conselhos de controle social e sociedade em geral, ressalta
Fernanda Lins.
Participaram do café profissionais da rede de proteção social das cidades de Juazeiro e Petrolina, estudantes e interessados no tema, além dos voluntários do Projeto Florescer da cidade de Petrolina, que também realizam um trabalho com as mulheres que exercem a prostituição.
A segunda edição do Café ocorrerá no mês de agosto, mês que a instituição completará 41 anos de atuação na cidade de Juazeiro/BA.
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