A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.
Atualmente esse tem sido um tema bastante discutido. Há, decerto, uma razão para esse apreço do conceito, que reside em ser o tempo atual um período de “extremos”, qualificação que se justifica pelos seus paradoxos: paz e violência, tecnologia e miséria, desenvolvimento e injustiça social etc. Por um lado aguça-se entre religiões e culturas a sensibilidade pela dignidade humana.
O discurso sobre a inviolabilidade dos direitos humanos fundamentais pauta-se como imperativo para todos os povos. Por outro lado, a dignidade humana jamais esteve tão ameaçada, seja pelo armamento nuclear, pela fome, pelos conflitos políticos, religiosos, étnicos ou seja por razões múltiplas. A realidade confirma, portanto, a atualidade da reflexão sobre a tolerância. Nesse debate uma questão crucial que se aborda é saber qual o limite da tolerância? Ou dito de outra maneira, é possível ser tolerante com o intolerável?
O limite da tolerância torna-se cada vez mais evidente. Tolerância não significa tolerar o intolerável, o que seria a própria negação da tolerância, sendo que esta consiste na aceitação mínima do diferente como tradução da coexistência pacífica.
O exercício da tolerância exige o difícil equilíbrio entre razão e emoção. Tarefa que se torna ainda mais desafiadora quando se está diante do impacto provocado pelo intolerável, mas é exatamente nesse momento que a busca do consenso racional pode contribuir, o caminho que se vislumbra é o do diálogo incessante, do acordo justo e transparente e parece não haver outro meio sensato.
Leonardo Boff afirma em seu livro Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade ser necessário dialogar até a exaustão, “negociar até o limite intransponível da razoabilidade”, na esperança de que o fundamentalismo venha a reconhecer o outro e o seu direito de existência. Talvez essa estratégia possibilite romper as bases de sustentação de qualquer fundamentalismo, instaurando uma comunidade de povos.
As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa.
Foi pensando no direito fundamental de liberdade religiosa que a Pastoral da Mulher, Unidade oblata em Juazeiro, irá expor fotos retratando as diferentes religiões, onde as modelos fotografadas são as próprias trabalhadoras sociais da Unidade. Demonstrando o respeito pela fé do semelhando e retratando a vivência da equipe, onde a mesma é composta de pessoas adeptas ou simpatizantes de vários segmentos religiosos. Assim como essa realidade se amplia ao público atendido, e a importância de identificação de atos de fé e espiritualidade que as mulheres demonstram no dia a dia.
A exposição acontece na sede da Pastoral e ficará disponível até o final do mês de janeiro.
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