terça-feira, 29 de novembro de 2016

25 de novembro, Dia Internacional De Não Violência Contra a Mulher



A violência contra a mulher:

“A violência contra as mulheres é mais presente do que se imagina, aqui e em qualquer parte do planeta, não conhece barreiras geográficas, econômicas e sociais, e acontece cotidianamente.”
Jacira Melo, mestre em Ciências da Comunicação e diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.



A violência contra a mulher é uma mazela social que atinge o mundo inteiro e se configura como umas das piores formas de violação dos direitos humanos.  Com raízes fincadas na desigualdade construída historicamente nas relações de gênero, mulheres são vítimas cotidianamente de uma sociedade que não venceu o patriarcalismo e insiste em segregar papeis, pregando a submissão e inferiorizarão do sexo feminino e alimentando a cultura do desrespeito e do abuso.  

A violência se manifesta de diversas formas (física, psicológica, moral, patrimonial e sexual) e suas consequências causam fortes impactos na vida das mulheres, que vão desde o adoecimento mental e físico, diminuição da autoestima, dificuldades de relacionamento e convívio social, até a morte.
No Brasil, um dos instrumentos mais importantes para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as mulheres é a Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340/2006. Esta lei, além de definir e tipificar as formas de violência, também prevê a criação de serviços especializados que integram a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, compostos por instituições de segurança pública, justiça, saúde e assistência social. 

O dia 25...
“É inaceitável que uma em cada três mulheres no mundo sofra violência em algum momento de suas vidas”.
Phumzile Mlambo-Ngcuka, subsecretária geral das Nações Unidas e diretora executiva da ONU Mulheres.

O dia 25 de novembro foi instituído como Dia internacional de Não Violência Contra a Mulher no primeiro encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, realizado em Bogotá no ano de 1981, como homenagem às irmãs Pátria Minerva e Maria Teresa, que foram brutalmente assassinadas na República Dominicana, chocando todo o país. Desde então, diversos países através de instituições governamentais e não governamentais (ONGs) realizam campanhas e mobilizações em prol do combate a essa violação de direitos, na perspectiva de despertar a consciência de que mulheres não devem se submeter a nenhuma forma de violência e nem silenciar diante da mesma.
A Pastoral da mulher de Juazeiro, em alusão a esta data, realizou durante o mês de novembro mobilizações nos bairros Itaberaba e Malhada da Areia. As ações contaram com a parceria de profissionais que compõem o grupo Cirandas Parceiras, Nasf, CRAS, grupo de mulheres da comunidade Gmel e Ronda Maria da Penha. Foram distribuídos cerca de 1300 calendários e panfletos abordando a temática nos PSFs, Escolas, Comércios e residências dos referidos bairros.
A Pastoral também promoveu uma roda de conversa na sede. A trabalhadora social Railane Delmondes, facilitou uma discussão reflexiva acerca de como acontece a violência doméstica, partindo do processo de escuta das mulheres, onde foi possível compreender o que pensam e o que sabem sobre a temática.

As mulheres abordaram a dificuldade de romper o ciclo de violência e relataram que sofrem agressões em todo o processo, desde o momento que são violentadas até o momento que resolvem prestar uma queixa, ouvindo dos próprios órgãos de defesa posicionamentos como: “ela gosta de apanhar”; “Essa Lei não funciona”; “Você novamente aqui, para que dá queixa se não o deixa?”. Esse tipo de comportamento demostra a falta de preparo e sensibilidade de alguns profissionais que acabam reproduzindo padrões discriminatórios e dificultando o rompimento desse ciclo.
Buscar o empoderamento feminino e fortalecer sua identidade de gênero significa um grande passo para a conquista de uma sociedade livre dessa cultura violenta. A Pastoral da Mulher se propõe a participar da desconstrução desse processo através de suas ações permanentes de acolhida, escuta e orientação, bem como as mobilizações sociais, que objetivam a erradicação de todas as violências contra a mulher nos espaços públicos e privados e a garantia efetiva de seus direitos.
Fonte: Pastoral da Mulher




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