A violência contra a mulher:
“A violência contra as mulheres é mais presente
do que se imagina, aqui e em qualquer parte do planeta, não conhece barreiras
geográficas, econômicas e sociais, e acontece cotidianamente.”
Jacira Melo, mestre em Ciências da Comunicação e diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.
Jacira Melo, mestre em Ciências da Comunicação e diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.
A
violência contra a mulher é uma mazela social que atinge o mundo inteiro e se
configura como umas das piores formas de violação dos direitos humanos. Com raízes fincadas na desigualdade
construída historicamente nas relações de gênero, mulheres são vítimas
cotidianamente de uma sociedade que não venceu o patriarcalismo e insiste em
segregar papeis, pregando a submissão e inferiorizarão do sexo feminino e
alimentando a cultura do desrespeito e do abuso.
A
violência se manifesta de diversas formas (física, psicológica, moral,
patrimonial e sexual) e suas consequências causam fortes impactos na vida das
mulheres, que vão desde o adoecimento mental e físico, diminuição da
autoestima, dificuldades de relacionamento e convívio social, até a morte.
No Brasil, um dos instrumentos mais
importantes para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as
mulheres é a Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340/2006. Esta lei, além de definir
e tipificar as formas de violência, também prevê a criação de serviços especializados
que integram a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, compostos por
instituições de segurança pública, justiça, saúde e assistência social.
O dia 25...
“É inaceitável que
uma em cada três mulheres no mundo sofra violência em algum momento de suas
vidas”.
Phumzile Mlambo-Ngcuka, subsecretária geral das Nações Unidas e diretora executiva da ONU Mulheres.
Phumzile Mlambo-Ngcuka, subsecretária geral das Nações Unidas e diretora executiva da ONU Mulheres.
O
dia 25 de novembro foi instituído como Dia internacional de Não Violência
Contra a Mulher no primeiro encontro Feminista Latino-americano e do Caribe,
realizado em Bogotá no ano de 1981, como homenagem às irmãs Pátria Minerva e Maria Teresa, que foram brutalmente assassinadas
na República Dominicana, chocando todo o país. Desde então, diversos países
através de instituições governamentais e não governamentais (ONGs) realizam
campanhas e mobilizações em prol do combate a essa violação de direitos, na perspectiva de
despertar a consciência de que mulheres não devem se submeter a nenhuma forma
de violência e nem silenciar diante da mesma.
A
Pastoral da mulher de Juazeiro, em alusão a esta data, realizou durante o mês
de novembro mobilizações nos bairros Itaberaba e Malhada da Areia. As ações
contaram com a parceria de profissionais que compõem o grupo Cirandas
Parceiras, Nasf, CRAS, grupo de mulheres da comunidade Gmel e Ronda Maria da
Penha. Foram distribuídos cerca de 1300 calendários e panfletos abordando a
temática nos PSFs, Escolas, Comércios e residências dos referidos bairros.
A
Pastoral também promoveu uma roda de conversa na sede. A trabalhadora social Railane
Delmondes, facilitou uma discussão reflexiva acerca de como acontece a
violência doméstica, partindo do processo de escuta das mulheres, onde foi
possível compreender o que pensam e o que sabem sobre a temática.
As
mulheres abordaram a dificuldade de romper o ciclo de violência e relataram que
sofrem agressões em todo o processo, desde o momento que são violentadas até o
momento que resolvem prestar uma queixa, ouvindo dos próprios órgãos de defesa
posicionamentos como: “ela gosta de apanhar”; “Essa Lei não funciona”; “Você
novamente aqui, para que dá queixa se não o deixa?”. Esse tipo de comportamento
demostra a falta de preparo e sensibilidade de alguns profissionais que acabam
reproduzindo padrões discriminatórios e dificultando o rompimento desse ciclo.
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o empoderamento feminino e fortalecer sua identidade de gênero significa um
grande passo para a conquista de uma sociedade livre dessa cultura violenta. A
Pastoral da Mulher se propõe a participar da desconstrução desse processo
através de suas ações permanentes de acolhida, escuta e orientação, bem como as
mobilizações sociais, que objetivam a erradicação de todas as violências contra
a mulher nos espaços públicos e privados e a garantia efetiva de seus direitos.
Fonte: Pastoral da Mulher
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