A Comissão Permanente Mista de
Combate à Violência contra a Mulher aprovou nesta quarta-feira (18) a
realização de um ciclo de debates sobre feminicídio, que será realizado em data
a ser definida.
Para debater o tema, a comissão
pretende ouvir representantes do Ministério da Justiça; do Ministério da
Mulher, Família e Direitos Humanos; do Poder Judiciário: do Ministério Público:
de polícias; e de associações da sociedade civil.
O Atlas da Violência de 2018,
publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
mostra a redução de quase todos os tipos de crime e o aumento expressivo do
feminicídio e da violência doméstica. Foi o que destacou a senadora Leila
Barros (PSB-DF), ao justificar o requerimento para a promoção do ciclo de debates.
A comissão aprovou ainda
requerimento da vice-presidente do colegiado, deputada Elcione Barbalho
(MDB-PA), que prevê a realização de audiência pública sobre o Formulário
Nacional de Risco e Proteção à Vida (Frida).
O instrumento foi criado para prevenir
e enfrentar a violência doméstica e familiar contra a mulher. O formulário é
fruto de estudo desenvolvido por peritos brasileiros e europeus no âmbito do
programa Diálogos Setoriais: União Europeia-Brasil, por iniciativa do Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Plano de trabalho
Na mesma reunião, foi aprovado o
plano de trabalho da comissão para 2019, que prevê a realização de oitivas,
diligências nos estados e audiências públicas. Na ocasião, a relatora do
colegiado, deputada Luizianne Lins (PT-CE) também apresentou o relatório de
atividades da comissão no biênio 2017-2018, que destacou a realização de
diversos debates e seminários no período. O relatório destaca as agressões
praticadas contra as mulheres, decorrentes sobretudo de episódios envolvendo
violência obstétrica, guarda compartilhada e alienação parental.
— É necessário combater a cultura
de desrespeito às mulheres, que torna a casa um local perigoso e as ruas,
locais interditados pelo medo — afirmou Luizianne Lins.
A deputada destacou ainda que o
Brasil se mantém como o quinto país em que mais se matam mulheres em razão de
sua identidade de gênero. A relatora ressaltou ainda que, nos últimos nove
anos, quase dez mil mulheres foram vítimas de feminicídio no país, de acordo
com dados do Atlas da Violência, citados pela deputada.
Presente à reunião, o deputado
Léo Moraes (Podemos-RO) destacou que Rondônia é o estado brasileiro que registra
o maior índice de estupros. Ele defendeu a aprovação de projeto de lei que
torna o estupro um crime imprescritível, como forma de garantir a punição aos
responsáveis por esse tipo de violência.
Sociedade e governo
A senadora Leila Barros reiterou
que os números da violência praticada contra as mulheres são alarmantes. Em sua
avaliação, o debate sobre o tema deve envolver a sociedade civil e governo,
como forma de avaliar o que pode ser feito pela comissão para reduzir todos os
tipos de agressão praticada contra a mulher.
Elcione Barbalho, por sua vez,
apontou a dificuldade de mobilização entre os próprios parlamentares para
discussão do tema.
Presidente da comissão mista, a
senadora Zenaide Maia (Pros-RN) destacou que, além do feminicídio e da violência
em casa, a mulher também está submetida ao mesmo risco de violência na rua.
— A gente tem que lutar por
recurso por segurança pública também. A violência aumentou. A gente tem que ver
se a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006) está sendo aplicada corretamente
— afirmou.
Procuradora da Mulher no Senado,
a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) disse que pretende apresentar um plano
de trabalho que unifique as ações do Outubro Rosa (período de conscientização
para o controle do câncer de mama) e outras atividades em prol da defesa das
mulheres.
Fonte: Agência Senado:
Link https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/18/comissao-de-combate-a-violencia-contra-a-mulher-debatera-feminicidios
Link https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/18/comissao-de-combate-a-violencia-contra-a-mulher-debatera-feminicidios
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