A Justiça belga decidiu nesta
segunda-feira manter preso o assassino e pedófilo mais conhecido do país, Marc
Dutroux, após uma apelação para que ele cumprisse o resto de sua pena em prisão
domiciliar, usando um localizador eletrônico.
A mãe de Dutroux chegou a fazer um
apelo aos tribunais do país para não acatassem o pedido de liberdade
condicional de seu filho. Entre junho de 1995 e agosto de 1996, o
ex-eletricista sequestrou, com a ajuda da então esposa, Michelle Martin, seis
jovens com idades entre oito e 19 anos.
As meninas foram posteriormente
estupradas por ele repetidas vezes durante os meses em que foram mantidas em
cativeiro no porão da casa do casal. Quatro delas morreram.O Tribunal de
Aplicação de Penas de Bruxelas negou o pedido de liberdade condicional alegando
"ausência de qualquer perspectiva de que Dutroux possa ser reintegrado à
sociedade". Ele que foi condenado em 2004 à prisão perpétua, teria
legalmente direito ao benefício a partir de 30 de abril.
Crime
Dutroux já havia sido preso por
sequestrar e estuprar cinco meninas na década de 80. Em entrevista à
revista belga Soir Magazine, a mãe do assassino, Jeannine Dutroux, de 78
anos, disse que não tem "a menor vontade" de vê-lo em liberdade. "Ele é um reincidente e já
provou isso durante toda sua vida", justificou.
Em sua primeira declaração pública
desde a prisão de seu filho, em 2004, Jeaninne disse acreditar que Dutroux
"faria tudo de novo" se fosse liberado. "Estou certa de que ele
fará tudo de novo. Marc não está pronto para ser liberado porque ele ainda quer
atribuir a responsabilidade do que cometeu aos outros", afirmou ela.
O caso de Dutroux chocou a Bélgica,
não só pela natureza dos crimes, como também pelas falhas na investigação
policial. A polícia chegou a fazer duas visitas à casa onde Dutroux escondia
suas reféns, mas não conseguiu encontrá-las. Duas das meninas de oito anos
foram posteriormente encontradas mortas de fome.
As outras duas, de 17 e 19 anos,
foram assassinadas por ele e enterradas no jardim de uma propriedade familiar. Foi
apenas em uma terceira inspeção que os policiais descobriram as duas últimas
reféns, de 12 e 14 anos, ainda vivas, no porão de sua residência. Apesar de
Dutroux ter sido detido em 1995, o caso só foi apreciado pelos tribunais em
2004.
O criminoso conseguiu, inclusive,
fugir durante uma audiência em 1998. Ele foi recapturado pouco tempo depois. Na
época, sua fuga resultou na renúncia do então chefe de polícia, ministro da
Justiça e ministro do Interior da Bélgica.
disponivelem:<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/02/130218_dutroux_liberdade_mb.shtml
acesso em: 18/02/13>
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