A ativista e empreendedora social Sabrina Bittencourt, que
reuniu relatos de vítimas sobre crimes que teriam sido cometidos pelo médium
João de Deus, morreu na noite de sábado (2), em Barcelona, na Espanha, onde
morava. Em nota, o grupo Vítimas Unidas, destinado a ajudar vítimas de abuso
sexual e com o qual ela colaborava, disse que ela cometeu suicídio. O filho
dela, Gabriel Baum, também confirmou a morte em uma rede social.
Em seu Facebook, Baum afirmou: "Ela deu o último passo
para gente poder viver. Eles mataram minha mãe".
Em comunicado, o grupo Vítimas Unidas, do qual Sabrina era
colaboradora, afirma que Sabrina "deixou uma carta de despedida relatando
os porquês de tirar sua própria vida". O texto informa também que ainda
não há informações sobre o local do velório e do enterro.
O G1 conversou com Vana Lopes, fundadora do Vítimas Unidas,
que mora em Portugal. Ela se mostrou bastante abalada com a morte. "Tomei
calmante ontem [sábado], muito calmante, porque desde ontem que estou com
aquela notícia. Meu médico mandou tomar remédio e dormir. Acordei agora com
essa confirmação", afirmou.
Ela disse que se aproximou de Sabrina em agosto do ano
passado, quando começaram a conversar sobre as denúncias contra João de Deus.
"O que eu sei é isso [que ela tirou a própria vida em
Barcelona]. O marido entrou em contato aqui com a Maria do Carmo Santos,
presidente do grupo", afirmou.
Doutora Honoris Causa da Unesco em Barcelona por conta de
seus projetos na área do empreendedorismo social, Sabrina Bittencourt é uma das
criadoras da plataforma Combate ao Abuso no Meio Espiritual (Coame), que recebe
relatos de crimes sexuais praticados por líderes religiosos.
A luta de Sabrina jamais será esquecida e continuaremos, com
a mesma garra, defendendo as minorias, principalmente as mulheres que são
vítimas diárias do machismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário