segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

MORRE SABRINA BITTENCOURT, ATIVISTA QUE AJUDOU A REUNIR MULHERES PARA DENUNCIAR SUSPEITOS DE ABUSOS

Entre os casos denunciados, está do médium João de Deus, que está preso em Goiás. Grupo de ajuda a vítimas de abuso sexual afirmou que ela se suicidou. Filho também confirmou a morte de Sabrina de Campos Bittencourt ocorrido por volta das 21h deste sábado, 02 de fevereiro, na cidade de Barcelona, na Espanha, onde vivia atualmente.
 

A ativista e empreendedora social Sabrina Bittencourt, que reuniu relatos de vítimas sobre crimes que teriam sido cometidos pelo médium João de Deus, morreu na noite de sábado (2), em Barcelona, na Espanha, onde morava. Em nota, o grupo Vítimas Unidas, destinado a ajudar vítimas de abuso sexual e com o qual ela colaborava, disse que ela cometeu suicídio. O filho dela, Gabriel Baum, também confirmou a morte em uma rede social.
Em seu Facebook, Baum afirmou: "Ela deu o último passo para gente poder viver. Eles mataram minha mãe".
Em comunicado, o grupo Vítimas Unidas, do qual Sabrina era colaboradora, afirma que Sabrina "deixou uma carta de despedida relatando os porquês de tirar sua própria vida". O texto informa também que ainda não há informações sobre o local do velório e do enterro.
O G1 conversou com Vana Lopes, fundadora do Vítimas Unidas, que mora em Portugal. Ela se mostrou bastante abalada com a morte. "Tomei calmante ontem [sábado], muito calmante, porque desde ontem que estou com aquela notícia. Meu médico mandou tomar remédio e dormir. Acordei agora com essa confirmação", afirmou.
Ela disse que se aproximou de Sabrina em agosto do ano passado, quando começaram a conversar sobre as denúncias contra João de Deus.
"O que eu sei é isso [que ela tirou a própria vida em Barcelona]. O marido entrou em contato aqui com a Maria do Carmo Santos, presidente do grupo", afirmou.
 
Trajetória
Doutora Honoris Causa da Unesco em Barcelona por conta de seus projetos na área do empreendedorismo social, Sabrina Bittencourt é uma das criadoras da plataforma Combate ao Abuso no Meio Espiritual (Coame), que recebe relatos de crimes sexuais praticados por líderes religiosos.
 Em entrevista ao G1 em dezembro do ano passado, ela disse que sua luta se estendia por mais de 20 anos. Vinda de uma família mórmon, ela conta que foi abusada por religiosos mas que nunca ninguém foi punido.
 Em agosto, quando começaram a surgir denúncias contra o líder religioso Sri Prem Baba, nas quais também atuou, ela fez postagens em sua rede social dizendo que estava aberta a ouvir relatos e prestar apoio.
 A ativista cometeu suicídio e deixou uma carta de despedida relatando os porquês de tirar sua própria vida. 
A luta de Sabrina jamais será esquecida e continuaremos, com a mesma garra, defendendo as minorias, principalmente as mulheres que são vítimas diárias do machismo.
 

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